Em Até o Fim, de Harlan Coben, as pessoas não são o que aparentam ser

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Sempre que começo um livro de Harlan Coben, sei que vai ser uma leitura saborosa e que vou avançar nas páginas até chegar ao final. Seu livro mais recente não foge à regra.

“Até o Fim” tem como protagonista o detetive Nap Dumas, um policial melancólico de Nova Jersey que tenta superar dois grandes traumas, a morte do irmão gêmeo e o desaparecimento da ex-namorada, o grande amor da sua vida.

Seu irmão morre de forma trágica quando é atingido violentamente por um trem. O corpo é encontrado nos trilhos da ferrovia da cidade, mas as circunstâncias da morte nunca convenceram Nap. Na mesma noite, sua namorada some da cidade deixando escola, família e amigos para trás.

 

Perder ao mesmo tempo duas pessoas tão importantes se torna quase insuportável para Dumas, tornando a vida vazia e sem sentido.

 

Quinze anos se passam, e o então detetive Nap recebe a informação de que as impressões digitais de sua ex-namorada foram identificadas na cena de um crime. Isso o leva a investigar novamente o passado.

 

 

Como já é do seu estilo, Harlan libera informações a conta-gotas, uma das fórmulas para que o livro se torne viciante. Os capítulos quase sempre terminam com uma descoberta intrigante, uma frase dúbia, uma ponte para outra descoberta.

A trama em si é permeada pela ação e pela reflexão de Nap, que é um policial que tem seu próprio código de ética, digamos assim. Ele não se prende a convenções para conseguir o que quer, e isso muitas vezes o mete em situações difíceis. Não é um tipo feito para agradar (e pode mesmo não agradar muita gente), mas tem personalidade. Seu problema é não conseguir deixar os fantasmas para trás, talvez por sentir que as peças desse quebra-cabeça não se encaixam como deviam.

 

Há alguns temas principais abordados aqui, como a questão do luto, os arrependimentos, a incapacidade de enxergar a realidade, as mentiras que contamos para seguir adiante quando a verdade é insuportável.

 

O livro seria nota 10 se não fosse por uma situação meio apressada encaixada lá no final, mas isso não compromete tanto o resultado. Há ainda algumas surpresas encantadoras, mas só vou revelar uma que é uma citação à Stephen King. Quem leu Outsider, suspense sobrenatural de King, sabe que Harlan é bastante citado na história. Os dois são amigos e deixam isso claro também na própria literatura, o que eu acho pra lá de bonito.

Para os fãs de Harlan, esse é mais um livro que vai agradar pois tem aquela dose precisa de ação e mistério. Para quem não conhece ainda os livros dele, pode começar por esse aqui que não vai se arrepender.

 


Título: Até o fim
Autor: Harlan Coben
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
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SINOPSE – O detetive Nap Dumas nunca mais foi o mesmo após o último ano do colégio, quando seu irmão Leo e a namorada, Diana, foram encontrados mortos nos trilhos da ferrovia. Além disso, Maura, o amor da vida de Nap, terminou com ele e desapareceu sem justificativa. Por quinze anos, o detetive procurou pela ex-namorada e buscou a verdadeira razão por trás da morte do irmão. Agora, parece que finalmente há uma pista. As digitais de Maura surgem no carro de um suposto assassino e Nap embarca em uma jornada por explicações, que apenas levam a mais perguntas: sobre a mulher que amava, os amigos de infância que pensava conhecer, a base militar próxima a sua antiga casa. Em meio às investigações, Nap percebe que as mortes de Leo e Diana são ainda mais sombrias e sinistras do que ele ousava imaginar.

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