A Obra Aberta é um mistério que reúne os prazeres da arte e da mesa

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PUBLI – Um crime chocante e misterioso. A filha de um rico empresário português é encontrada quase morta em um quarto de hotel barato, numa periferia de Lisboa. Ninguém sabe como foi parar lá. Herdeira da maior seguradora de Portugal, leciona História da Arte em uma universidade, casada, dois filhos, poucos amigos. Também não há explicação para o estado em que foi encontrada, sem os dois olhos.

Em A Obra Aberta, romance policial de A.C. Vargas, mistério e arte caminham juntos nesta trama ambientada pelas charmosas ruas de Lisboa. Misturando presente e passado e com paradas estratégicas na Polônia e Brasil, a história apresenta a detetive Sófia Skizinski, sócia em uma empresa de investigação especializada em crimes da alta sociedade.

Contratada pelo pai da vítima para solucionar o mistério, ela lidera uma equipe de agentes de diferentes nacionalidades e com qualidades únicas. No campo pessoal, fragilidades do passado da investigadora justificam uma vida levada quase sem amarras afetivas, com um olhar afiado para o mundo das aparências. Como diria o melhor intérprete de Philip Marlowe, a humanidade está duas doses de whisky atrasada e Sófia certamente concordaria.

O mundo das artes tem papel cativo na história, ambiente pleno de erudição e beleza mas que também pode atrair as almas mais mal intencionadas. Seja contemplando um tríptico de Memling ou perdendo-se em uma tela de Picasso, o leitor é levado a descobrir o que aconteceu com a tácita professora de arte, que nunca mais poderá se encantar pelas cores vivas de um Monet.

Por fim, ainda há de se falar da comida. Sim, a divina comida. É justo dizer que a boa gastronomia da história só perde para os quitutes de um policial de Camilleri. Lombo de novilho, espinafre em manteiga de avelã, toucinho alentejano; o apetite só aumenta com a leitura. Para completar, os restaurantes citados são todos reais e muito convidativos. Esta detetive sabe comer bem.

A Obra Aberta é o livro de estreia de A.C. Vargas, uma trama com todos os ingredientes que compõem um bom romance policial: mistério, aventura e investigação. Que venham mais casos com a detetive Sófia.

 

SOBRE O E-BOOK

Título: A Obra Aberta
Autor: A.C. Vargas
Páginas: 183
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SINOPSE – A presente novela apresenta a detetive Sófia Skizinski e sua equipe. Skizinski é uma mulher de 36 anos, brasileira, filha de descendentes poloneses, adotada aos 7 anos por Johnas Schiller, rico investidor inglês. Levada primeiramente para Londres, e depois para Lisboa, estudou nas melhores escolas da Europa, desenvolvendo uma personalidade singular e conflitiva por sua origem e nova condição socioeconômica. Ao herdar a fortuna do pai adotivo, em parceria com Otto O ´Conoor, ex-militar inglês, especialista em segurança de personalidades e companheiro afetivo de Schiller, cria a Skizinski & O´Connor Researchers, ou SOR, sigla conhecida pelos clientes, agência de investigação internacional sediada em Lisboa. Situada em 2010, a história descreve a contratação do escritório de Skizinski para investigar uma tentativa de homicídio contra Josefina Cano, professora de História da Arte e filha de Josué de Mattos Alcântara, proprietário da maior seguradora de Portugal, encontrada inconsciente e em coma, sem os olhos, num hotel barato de Chelas, bairro periférico de Lisboa. A investigação conduzirá Skizinski, e parte de sua equipe, à cidade de São Paulo e ao interior do Paraná, no Brasil. Pela apuração, conseguirá correlacionar fatos como roubo, comércio ilegal de antiguidades, lavagem de dinheiro pela máfia russa, falsificações de obras de arte, como também mágoas familiares. A trama, e a personagem principal em especial, reúnem características que podem ser encontradas em diversos autores e autoras do gênero, mas eu destacaria alguns principais. A autoconsciência de Skizinski, o gosto pela cultura (arte) como válvula de escape, assim como elevado consumo de álcool, são ecos do Marlowe, de Chandler com traços de uma certa desesperança na humanidade presentes no Harry Hole de Jo Nesbo. Já a relação afetiva que mantém, adaptada a uma personalidade conflituosa e independente que possui, é uma homenagem ao Espinosa de Garcia-Roza. Quanto à narrativa, em particular, o texto busca equilibrar a descrição de ambientes e locais com um ritmo rápido nos diálogos entre personagens, que têm por principal referência clássicos como Simenon, Hammett e Elroy e, como também não poderia deixar de ser, Rubem Fonseca. Construída em dois níveis concomitantes, a narrativa intercala passado e presente, alternando o pensamento da vítima e a investigação. Oferece ao leitor, inicialmente, pistas que Skizinski ainda não levantou, para, posteriormente, revelar os detalhes que permitem a ambos – leitor e detetive – compreender o crime em sua essência.

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